Certa noite, ela foi dormir com a sensação insólita daquele olhar.
O papel a olhar espantado pra dentro dela, querendo colher imagem que valesse à alma, querendo caçar pensamento que virasse paisagem.
A jovem adolescente que ainda colocava as ânsias da infância pra adormecer, trazia consigo a sina de se tornar uma escritora.
Aturdida, ela pôs-se a mastigar palavras antes que elas virassem som e se jogassem –vozes suicidas – pela boca.
Ela engoliu as palavras com medo que fugissem, pelos dedos, de sua Sina de engendrar sonhos no papel.
O papel olhou pra ela, luzindo.
Pobre do papel ficou branco e ávido, à espera do primeiro Verbo.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
CRÔNICA DE UM POETA
Por onde andas?
Todos me perguntam!
Vou lhes dizer. . .
De Dia!
Ando enfrentando o calor e os engarrafamentos desse trânsito que faz a gente se senti assim feito garrafas. . .
Engarrafadas!
Vou ouvindo música para tentar me abstrair e não ser seduzida pelo caos, às vezes, acabo esbravejando impropérios com um humor que não sei se é bom ou mal, mas, sei que é vestido de boa dose de acidez e ironia.
De Noite!
Ah! De Noite!
Durmo pela metade...
Se é que durmo!
Sou acometida por febre de presenças, de ausências...
Tenho alucinações de Signos, Sigmas e Símbolos que formam espectros em minha retina virando fantasmas, ainda que eu esteja de olhos fechados...
Se eu abro os olhos, tenho surto de calafrio provocado por visões de códigos e vocábulos...
No meio da madrugada, sou atormentada por construções vernaculares e teorias semânticas que me fazem transpirar pelos dedos...
O meu Pensamento padece de verborragia. . .
Fica encharcado de Palavras-códigos, Palavras-semas, Palavras-sementes e sobretudo, Verbos... Verbos?
Esses estão precisando de um divã!
Os Verbos deliram!
Sofrem de crise de identidade...
Já não sabem mais o que são ou para o que servem...
E eu padeço de ouvi-los...
O verbo Chorar quer Cantar, o verbo Cantar quer Chover, o verbo Chover quer Chorar...
Dá pra entender!
O verbo Estar, quer indenização, pois está cansado de ser usado no gerúndio...
O verbo Amar, coitado!
Este está deprimido e se queixa de ter perdido sua essência, vive reclamando de ser banalizado - “ tudo é amar .. todos amam...”
Durma com esse barulho!
Quanto as Metáforas..?
Ah! Essas me apavoram!
As Metáforas fazem verdadeira maresia no sangue da minha cabeça até que laçam o fio do meu pensamento...
E quando tento ignorá-las...
Ai de mim!
Elas viram suicidas e começam a se atirar no oco do meu estomago até me deixarem enjoada.
E o meu sono, em vez de intercalado vira estanque!
Aí eu só tenho duas alternativas: ou vomito tudo!
Ou ponho-me a escrever...
Ou será chorar?...Ou será cantar? Ou será chover?
Na dúvida, vai...
Digo:
Ponho-me a desenhar versos no branco do papel.
Quem quiser saber como ando...
Eu ando assim!
Cumprindo Sina de Poeta!
Cumpro, com sofreguidão, esse ofício herdado
De lavrar Pensamento
Colher Palavras
E delas, tirar sementes
Pra plantar Poesia.
No mais, vivo assim . . . .
Fazendo os Verbos delirarem!
Todos me perguntam!
Vou lhes dizer. . .
De Dia!
Ando enfrentando o calor e os engarrafamentos desse trânsito que faz a gente se senti assim feito garrafas. . .
Engarrafadas!
Vou ouvindo música para tentar me abstrair e não ser seduzida pelo caos, às vezes, acabo esbravejando impropérios com um humor que não sei se é bom ou mal, mas, sei que é vestido de boa dose de acidez e ironia.
De Noite!
Ah! De Noite!
Durmo pela metade...
Se é que durmo!
Sou acometida por febre de presenças, de ausências...
Tenho alucinações de Signos, Sigmas e Símbolos que formam espectros em minha retina virando fantasmas, ainda que eu esteja de olhos fechados...
Se eu abro os olhos, tenho surto de calafrio provocado por visões de códigos e vocábulos...
No meio da madrugada, sou atormentada por construções vernaculares e teorias semânticas que me fazem transpirar pelos dedos...
O meu Pensamento padece de verborragia. . .
Fica encharcado de Palavras-códigos, Palavras-semas, Palavras-sementes e sobretudo, Verbos... Verbos?
Esses estão precisando de um divã!
Os Verbos deliram!
Sofrem de crise de identidade...
Já não sabem mais o que são ou para o que servem...
E eu padeço de ouvi-los...
O verbo Chorar quer Cantar, o verbo Cantar quer Chover, o verbo Chover quer Chorar...
Dá pra entender!
O verbo Estar, quer indenização, pois está cansado de ser usado no gerúndio...
O verbo Amar, coitado!
Este está deprimido e se queixa de ter perdido sua essência, vive reclamando de ser banalizado - “ tudo é amar .. todos amam...”
Durma com esse barulho!
Quanto as Metáforas..?
Ah! Essas me apavoram!
As Metáforas fazem verdadeira maresia no sangue da minha cabeça até que laçam o fio do meu pensamento...
E quando tento ignorá-las...
Ai de mim!
Elas viram suicidas e começam a se atirar no oco do meu estomago até me deixarem enjoada.
E o meu sono, em vez de intercalado vira estanque!
Aí eu só tenho duas alternativas: ou vomito tudo!
Ou ponho-me a escrever...
Ou será chorar?...Ou será cantar? Ou será chover?
Na dúvida, vai...
Digo:
Ponho-me a desenhar versos no branco do papel.
Quem quiser saber como ando...
Eu ando assim!
Cumprindo Sina de Poeta!
Cumpro, com sofreguidão, esse ofício herdado
De lavrar Pensamento
Colher Palavras
E delas, tirar sementes
Pra plantar Poesia.
No mais, vivo assim . . . .
Fazendo os Verbos delirarem!
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
PAIXÃO
Quando a Paixão perece
As asas se quebram
O mel vira fel
A seiva seca o caule verga
A flor se fecha.
SOLIDÃO
A Solidão comeu minha Vontade
Comeu meu desejo de cantar Versos
Meu Sonho de Sonhar!
A Solidão come, lentamente, meu Pensamento
Come meu Presente
Certamente, comerá o meu Futuro
Resta-me o Claustro do Passado
E a opressão
De suas Quatro Paredes
De suas Quatro Estações
De suas Quatro Grades Cardeais
Comeu meu desejo de cantar Versos
Meu Sonho de Sonhar!
A Solidão come, lentamente, meu Pensamento
Come meu Presente
Certamente, comerá o meu Futuro
Resta-me o Claustro do Passado
E a opressão
De suas Quatro Paredes
De suas Quatro Estações
De suas Quatro Grades Cardeais
Hora Morta
Numa hora morta de um dia desses.
Os verbos recusavam-se a cumprir as ordens dos sujeitos.
Os objetos em crise, não sabiam que direção tomar.
Os adjetivos sentiam repulsa dos sujeitos.
Os substantivos armavam-se contra tudo e contra todos.
Vernáculos esquartejados, agonizavam no maculado branco do papel.
Quando vi, eu estava diante de uma carnificina de palavras.
Angustiado e sem saber o que fazer com aquele cadáver de poesia?
Os verbos recusavam-se a cumprir as ordens dos sujeitos.
Os objetos em crise, não sabiam que direção tomar.
Os adjetivos sentiam repulsa dos sujeitos.
Os substantivos armavam-se contra tudo e contra todos.
Vernáculos esquartejados, agonizavam no maculado branco do papel.
Quando vi, eu estava diante de uma carnificina de palavras.
Angustiado e sem saber o que fazer com aquele cadáver de poesia?
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